Começando com a paulada “Immigrant Song”, passando pelo blues de “Since I’ve Been Loving You” e o folk de “That’s the Way” e “Bron-Y-Aur Stomp”, há 50 anos o disco “Led Zeppelin III” era lançado. O álbum chegou na primeira posição das paradas tanto nos EUA como no Reino Unido, com quase um milhão de cópias vendidas apenas no pré-lançamento, e representou um marco na carreira do Led Zeppelin.

Com um lado B todo acústico que surpreendeu críticos e fãs, o disco foi concebido por Jimmy Page e Robert Plant nas montanhas do País de Gales, no chalé de Bron-Y-Aur. O cenário remoto e tranquilo do século XVIII, sem eletricidade ou água corrente, resultou em um trabalho com fortes influências folk.

O riff-orientado hard rock dos dois primeiros álbuns ainda se fez presente em músicas como “Celebration Day” e “Out on the Tiles”, mas deu mais espaço para composições experimentais acústicas como “Friends”, e os arranjos de “Hats Off to (Roy) Harper”, uma releitura do trabalho do bluesman Bukka White, e da tradicional “Gallows Pole”.

O disco também foi um divisor de águas no processo de composição das canções do grupo. Após a dominação de Page nos trabalhos anteriores, todas as músicas do “Led Zeppelin III” foram escritas por dois ou mais membros da banda, com maiores contribuições de John Paul Jones e John Bonham, e com todas as letras escritas por Plant, com exceção de “Tangerine”, escrita por Page ainda em tempos de Yardbirds.

Ainda que a mudança de direção na sonoridade seja hoje reconhecida como vital para o amadurecimento do grupo, ela foi recebida com certa negatividade por parte da mídia, com jornalistas chamando o disco “Led Zeppelin III” de uma tentativa de imitar Crosby, Still, Nash & Young. As críticas fizeram com que Page não concedesse entrevistas por 18 meses.

Em comemoração aos 50 anos do lançamento do disco, a banda lançará a versão de “Immigrant Song” da edição japonesa do álbum como single em vinil de 7”, com “Hey, Hey, What Can I Do” como lado B, em 15 de janeiro de 2021.

Por Edu Hoff.

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